quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Exposição dialoga com a comunidade da Restinga

Dezembro 2015 foi a vez da exposição "Para enunciar cotidianos, imagens da periferia" no espaço Sapato Florido na Casa de Cultura Mario Quintana.
Mais que uma exposição, é um projeto que visa fomentar a produção de narrativas imagéticas junto a jovens e adultos moradores de bairros de periferia da cidade de Porto Alegre/RS. Neste caso, o bairro escolhido foi a Restinga, através de seus moradores, com quem foi a realizado ensaios fotográficos e intervenções artísticas sobre as fotografias. A exposição apresenta as imagens resultantes dessa ação.
O projeto trouxe ainda uma abertura da exposição composta por apresentações artísticas vinculadas ao bairro, unindo gerações como as baianas da escola de samba local e o grupo de street dance Restinga Crew.



“Para Enunciar Cotidianos, Imagens da Periferia” é o projeto que visa fomentar a produção de narrativas imagéticas, no bairro Restinga, e provocar a reflexão sobre como é o dia a dia no bairro periférico de Porto Alegre. Composto pela exposição homônima, aberta no dia 8 de dezembro,  com apresentações da ala das baianas da Escola União da Tinga e dos B-boys do Restinga Crew. E no dia seguinte houve um bate-papo com o idealizador da iniciativa, alunos do núcleo de pesquisa e moradores da comunidade. A entrada é gratuita.

O professor de Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Leandro Pinheiro, é o autor da iniciativa, que é muito mais do que uma forma de dar visibilidade a esse bairro tão tradicional da capital gaúcha, de maioria pobre e negra, considerado um “quilombo”, por muitos de seus moradores. O objetivo maior foi questionar o lugar do indivíduo dentro das comunidades localizadas às margens dos grandes centros. Ela foi desenvolvida em duas etapas, sendo que a primeira ofereceu aos moradores da Restinga um contato direto com a fotografia. A ação consistiu na realização de ensaios fotográficos com câmeras analógicas pelos moradores da comunidade, através dos quais eles registraram seu cotidiano, transpassando para as imagens as suas muitas realidades, seus entes queridos e suas rotinas. A segunda etapa incentivou a intervenção sobre a foto e os participantes foram convidados a trabalhar as relações da imagem original a partir de interferências artísticas nas fotografias, de modo a gerar novas proposições e leituras.

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